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Pedregulho no MAM / Nesta quarta, dia 3, a Cinemateca do MAM abriga a última rodada de encontros sobre a Residência artística no Pedregulho, que vem se realizando desde outubro no conjunto projetado por Affonso Eduardo Reidy. A primeira mesa (às 14:00) será composta por Luiza Baldan, Chiq da Silva e Mauricio Lissovsky, e a seguinte (às 15:30) pelo coletivo Frente 3 de Fevereiro, Clara Passaro, Paola Berenstein Jacques e Marisa Florido Cesar.

Nestes quatro meses, quatro equipes de profissionais das áreas de crítica e história da arte, arquitetura e urbanismo ocuparam o apartamento 613 do bloco principal do Pedregulho. As ações realizadas, que tem sido discutidas regularmente no MAM, serão objeto de uma publicação que deve sair em março. Mais informações aqui:
http://pedregulhoresidenciaartistica.wordpress.com
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465 / Do Centro a Gávea cruzei com 5 blocos ontem (a 15 dias do Carnaval). Então faltam 460, do total cadastrado pela Prefeitura.















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É um dia nublado, e eu acordo com esta notícia: o edifício do Ministério da Educação, atual Palácio Capanema, deve sediar o “QG” dos Jogos Olímpicos. A informação foi dada ontem pelo governador do Estado e está no jornal de hoje. Diz-se que o edifício - ícone máximo da arquitetura moderna no Brasil - precisa de obras de restauração e manutenção, o que é verdade. Diz-se também que está ocioso, do que já desconfio. Enquanto tomo meu café vou matutando. Mas então o telefone chama: é meu sobrinho de quatro anos, que me promete uma fitinha do Senhor do Bonfim. Pode ser só coincidência, é claro.
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IMS / Venho do Instituto Moreira Salles, na Gávea, onde foram abertas hoje duas exposições daquelas que dão gosto de viver: aquarelas e desenhos de Charles Landseer e fotos de Ana Marianni.

Landseer, artista inglês que permaneceu 5 meses no Rio, entre 1825 e 1826, compõe um panorama pormenorizado - e ainda praticamente inexplorado - de várias cidades e costumes do Brasil e de Portugal nas primeiras décadas do século XIX. Revejo ali a minha cidade com suas casas e igrejas, mares e montanhas, e penso em tudo aquilo que ela carrega dentro de si (e de mim).

Já em Marianni encontro um registro sistemático de fachadas de singelas casas nordestinas que talvez tenham sempre estado ali mas assomam com uma força espantosa diante dos meus olhos, agora. “Como um enigma insolúvel, de tão simples”, avisa o curador da exposição,
Rodrigo Naves.

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Ato de bravura / Como é que eu posso trabalhar neste calor? Passo pelo Arpoador e a praia está cheia a qualquer hora do dia (e agora, pelo que me dizem, também da noite). Gente sem remorso. Vocês também conspiram contra o meu pensamento. Estou quase chegando a dar razão a uma aluna que me disse que não vai à biblioteca porque já chega lá suando. Ainda assim abro um livro, e eis que nele encontro esta deliciosa definição de "heroísmo carioca":


"Talvez em nenhuma outra metrópole do mundo seja tão árdua como aqui a condição humana de labor cotidiano. Para atender às suas contingências, temos de afrontar os alvitres da ociosidade, os apelos para o gozo pagão da existência, livre de fadigas e deveres, que todos os dias se renovam, insidiosos, perturbadores, no cenário paradisíaco da nossa vida. O que para a gente de outras capitais constitui apenas a obediência a uma rotina, para o carioca chega a ser um verdadeiro ato de bravura."

Genolino Amado, "Apesar de tudo, trabalha-se" (1946). In: Bandeira, Manuel e Andrade, Carlos Drummond de (orgs). O Rio de Janeiro em Prosa & Verso.
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O arquiteto Sergio Magalhães, atual presidente do IAB-RJ, fez uma menção ao meu comentário sobre o Fórum Urbano Mundial em seu blog (http://www.cidadeinteira.blogspot.com/). Fico feliz. Mas quero deixar claro que o meu problema não é com o samba, evidentemente. Nem com o carnaval. A minha perplexidade diz respeito à exploração, mais uma vez, da imagem de mulheres de biquini para apresentar o Rio - e isso, repito, por parte de um congresso que se pretende científico, destinado a pensar a cidade contemporânea e organizado por uma entidade internacional como a ONU. Para mim, já bastam os postais de mulheres bestializadas que povoam as ruas da minha cidade.
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Alguém não entendeu, então serei mais explícita: sinto-me agredida ao ver que uma das 3 imagens escolhidas pelas Nações Unidas para apresentar internacionalmente a minha cidade é baseada em forte apelo sexual. Que o Rio é destino de turismo sexual há muito tempo, todos sabemos. Que as índias (ou mulatas, não importa) são o que mais desperta o interesse estrangeiro por aqui desde Caminha, também. Ainda assim, não posso aceitar que uma metrópole como o Rio de Janeiro, que se encontra tão fraturada e se debate cotidianamente com tantos problemas seríssimos, seja resumida a uma foto de mulheres de biquini pelos promotores de um congresso internacional de objetivo supostamente científico, que visa justamente a construção de uma cidade contemporânea indivisa. Para mim, a foto / o fato é um sinal gravíssimo do quanto ainda falta para que o Rio venha a ser (se é que algum dia virá a ser) uma cidade inteira. Pode ser que haja algo de ingênuo na minha indignação, mas eu protesto vivamente: como arquiteta, urbanista, carioca, mulher, o escambau.
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Rio, Samba e Fórum Urbano Mundial / Entre 22 e 26 de março, o Rio vai sediar o V Fórum Urbano Mundial, encontro promovido pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-Habitat) e realizado pela primeira vez na América Latina.

O objetivo central do Fórum, que acontece bienalmente desde 2002, é analisar a aceleração da urbanização nos últimos anos e discutir seu impacto nas comunidades, cidades, economias, mudanças climáticas e políticas em todo o mundo .

Sob o tema central - "Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido" - foram organizados desta vez 6 eixos de trabalho: "Levando adiante o Direito à Cidade"; "Unindo o Urbano Dividido"; "Acesso Igualitário à Moradia"; "Diversidade Cultural nas Cidades"; "Governaça e Participação"; "Urbanização Sustentável e Inclusiva".

Estima-se um número de dez mil participantes, entre arquitetos e urbanistas, representantes de diversas esferas do governo e da sociedade civil.

Curiosamente, o site (http://www.unhabitat.org/categories.asp?catid=584) ilustra a convocação para o Fórum com 3 imagens. Uma mostra o Pão de Açucar; a outra, o Corcovado; e a terceira, bom, a terceira está aí.



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Mais um dia de sol e calor. Escapei de Copacabana, cheguei a Urca e dei com isto: uma amurada de pedra sobre a Baía, uma boa sombra, talvez uma cerveja, alguém querido. Como a vida pode ser fácil no Rio.


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A tragédia ocorrida na virada do ano em Angra dos Reis e Ilha Grande reacende o alerta sobre o impacto ambiental das alterações urbanísticas recentemente aprovadas para a região de Vargem Grande, zona oeste da cidade.

Aqui, mais um artigo da arquiteta Andrea Redondo sobre o assunto (a foto é de Eduardo Xavier): http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc284/opiniaomc284_06.asp
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Salve geral / Esta eu recebi do arquiteto Carlos Porto. Se alguém não sabe, Cesar Maia é o antecessor de Eduardo Paes na Prefeitura. E São Sebastião, o padroeiro do Rio - salve ele!

"Carta aberta à diretoria da Eletrobrás
Srs. Presidente José Antonio Muniz Lopes, Diretor de Administração Miguel Colasuonno, Diretor de Distribuição Flávio Decat de Moura, Diretor de Planejamento e Engenharia Valter Luiz Cardeal de Souza, Diretor de Tecnologia Ubirajara Rocha Meira, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores Astrogildo Fraguglia Quental.

1. O Centro Histórico do Rio é patrimônio histórico do Brasil. Para preservá-lo, 30 anos atrás, foi aprovada a legislação do Corredor Cultural, preservando a memória histórico-cultural do Rio. Durante 10 anos essa legislação foi detalhada em relação a seu alcance.

2. No último dia do ano passado, a Prefeitura do Rio fez aprovar uma lei estuprando o Corredor Cultural e abrindo um precedente de extrema gravidade. Inacreditavelmente, é uma empresa estatal da tradição da Eletrobrás, patrimônio de nosso Povo, que se associa a um monstro urbano como esse. E ainda mantém silêncio quando a prefeitura diz que aprovou esta lei debaixo de chantagem: "Se não fosse assim a Eletrobrás sairia do Rio".

3. Todos sabem que isso não é verdade e que os senhores não se prestariam a tal papel. Portanto, por trás, há interesse privado menor, envolvendo construtora e abrindo aquele espaço urbano sagrado para a saga dos especuladores imobiliários.

4. Os senhores sabem que o número de funcionários da Eletrobrás no Rio não requer um prédio de 44 andares e, portanto, os negócios privados estão incorporados a tal decisão. E sabem que as alternativas de localização no Centro do Rio são diversas: Terreno da RFF ao lado da nova linha do Metrô e da Avenida Presidente Vargas; Cidade Nova (Fundo de Pensão da Prefeitura tem terrenos lá, Telemar tem um prédio inacabado); os imóveis da área portuária são em grande medida federais; há prédios no Centro do Rio, federais e abandonados, que submetidos a um retrofit, estariam perfeitamente capacitados, etc.

5. Um prédio desse porte não se construirá em menos de 3 anos. As ações judiciais, de diferentes focos, em defesa do patrimônio urbano do Rio e do Brasil e contra a Eletrobrás, já começaram a ser preparadas. O impasse judicial será inevitável e os atrasos recorrentes criarão um custo financeiro para a Eletrobrás.

6. Esta Carta Aberta tem a finalidade de registrar as responsabilidades neste dia, para que no futuro ninguém possa alegar desconhecimento. Neste, ou no próximo governo federal, essas responsabilidades serão cobradas. E não será dos que estão por trás do negócio, mas diretamente dos senhores que compõem a diretoria e aportarão as respectivas assinaturas.

7. O Rio espera que a consciência dos senhores impeça tamanha barbaridade. Há tempo, pois a compra não foi concretizada, ainda.

8. Recebam esta Carta Aberta como uma Notificação Extra-Judicial, pois será a base das responsabilizações futuras.

Cesar Maia - em 20 de janeiro de 2010. Dia de São Sebastião do Rio de Janeiro."
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Então não foi um sonho. Santiago Calatrava está mesmo projetando o Museu do Amanhã, que ia ficar nos Armazéns 5 e 6, mas agora vai ficar no Pier Mauá, que por pouco não foi ocupado pelo Guggenheim de Jean Nouvel, e onde já estava em construção a praçinha de Sergio Dias, que agora está projetando o Arquivo do Estado...Pensando bem, não é a arquitetura que está em crise no Rio. É a própria noção de projeto.
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Foi num sonho ou no jornal desta manhã que encontrei Santiago Calatrava, agora projetando o Museu do Amanhã, na área portuária?
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O prefeito do Rio anunciou hoje uma importante revisão no projeto Olímpico: a transferência, para a zona Portuária, da Vila da Mídia, antes prevista para ser instalada na Barra da Tijuca. Segundo ele, isso deve representar "a construção de 5, 6 ou 10 mil unidades habitacionais” na área do Porto. O fato está sendo comemorado como uma vitória por aqueles que consideram a Barra da Tijuca um erro urbanístico, como o atual presidente do IAB-RJ, arquiteto Sergio Magalhães.

Eu me pergunto, no entanto, se a nova localização da Vila da Mídia - a pelo menos 30 km de distância da Barra, onde devem permanecer várias instalações esportivas, além da Vila Olímpica - não terá também como consequência um congestionamento ainda maior do trânsito do Rio. Quantos jornalistas, afinal, vão somar-se ao movimento pendular que já afoga cotidianamente as vias da cidade?

Em tempo: o prefeito também anunciou recentemente a paralisação das obras do Pier Mauá. Mas não disse exatamente o que pretende fazer ali agora. Não faz muito tempo, ele falou em Museu Olímpico. O que quer que seja, livramo-nos da pracinha de interior. Agora vamos torcer para que tenhamos nos livrado também de mais um projeto do Secretário de Urbanismo.

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O Percevejo / O diálogo entre as artes cênicas e os espaços da cidade é o tema que percorre e une todos os textos da edição inaugural da versão online da revista O Percevejo, do programa de pós-graduação em Artes Cênicas da UNIRIO.

No ensaio de Diana Taylor (NYU), os conceitos de trauma e perfomance se aproximam a partir de uma visita da autora à Villa Grimaldi, residência usada como centro de tortura da ditadura de Pinochet, no Chile, e hoje transformada em memorial.

Já o texto de Lidia Kosovski (UNIRio) recupera o uso do canteiro de obras do Metrô carioca por Aderbal Freire-Filho, em 1977, na encenação da peça "A morte de Danton", de George Büchner.


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Nem sei como era o mundo antes do Google Earth. Basta um instante e chego ao terreno em que a Eletrobrás quer construir sua torre. Na verdade, são dois terrenos vizinhos, que a estatal pretende unir. Hoje ambos são ocupados por estacionamento, o que alguns supõem ser argumento suficiente para defender a construção de um edifício de 44 pavimentos - mesma altura do Rio Sul -, a 200 m dos Arcos da Lapa.

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Nem Casé, nem Dias; nem SOM nem Wanderley. O autor do edifício de 44 pavimentos que ameaça o Corredor Cultural é o arquiteto Ruy Rezende: http://www.ruyrezende.com.br/.

Foi um passarinho que me contou. Mas eu não vou contar pra ninguém.
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N' O Globo de hoje, segue a polêmica sobre a torre de 44 pavimentos que põe em xeque o Corredor Cultural, no centro da cidade. O edifício está previsto para ocupar um terreno atrás da Fundição Progresso e a 200 m dos Arcos da Lapa, cuja estrutura tem cerca de 18 m de altura e data do séc. XVIII.

A alteração na legislação do Corredor Cultural (onde o gabarito era de até 6 pavimentos) foi feita sem audiência pública. Mas, segundo o jornal, o Secretário de Urbanismo argumenta
que "não há necessidade de audiências públicas a cada prédio construído na cidade". Já o prefeito se recusa a falar sobre o assunto. E o superintendente do IPHAN, Carlos Fernando de Andrade, diz que a proposta não é tão ruim assim, em função de modificações sugeridas por ele mesmo. Augusto Ivan (ex-secretário de Urbanismo e criador do Corredor Cultural) discorda, e afirma que o edifício, se construído, irá prejudicar a visão e a escala dos Arcos.

E o IAB-RJ, o que diz? Nada, por enquanto. A única notícia a respeito é a de que foi criada uma comissão para apresentar um parecer sobre o assunto, cujo resultado deve sair em 15 dias.

A mim, sinceramente, isso parece um prazo incompatível com a celeridade que vem conduzindo (e justificando) todas as ações da Prefeitura carioca.
Mas quem sabe surta algum efeito participar da pesquisa lançada na edição digital do jornal e respondida até agora por 676 pessoas:

Pergunta: Você acha que um espigão pode descaracterizar a paisagem da Lapa?

- Sim, porque o prédio não se encaixa no perfil boêmio da região: 39.20%
- Sim, porque vai prejudicar a visão dos Arcos: 24.85%
- Não, porque a construção irá trazer melhorias à área: 30.03%
- Não, porque a identidade de um lugar não depende de seus prédios: 5,92%


A propósito, de quem será o projeto desta vez? Se eu fosse fazer uma enquete, esta seria a pergunta. E as respostas possíveis:
- Sergio Dias
- Paulo Casé
- SOM/ Skidmore, Owings & Merrill
- Vitor Wanderley


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É verão novamente no Posto 12. Quantos amores terão sido feitos e desfeitos nestes 12 meses?

Posto 1 / jan 10

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Feliz Ano Novo / O ano mal começou e a Câmara dos Vereadores já aprovou, esta semana, a alteração da legislação que deu origem ao Corredor Cultural, no centro da cidade, para permitir a construção de uma torre de escritórios, com 44 pavimentos, junto aos Arcos da Lapa.

Apresso-me a dizer que não tenho nada contra as torres, e até penso, às vezes, que o Rio carece um pouco de edifícios altos. Mas não na Lapa, cuja paisagem arquitetônica mantém uma rara unidade.

Em todo caso, como ainda não disponho de informações mais precisas sobre o assunto, limito-me a transcrever aqui o alerta do arquiteto Roberto Anderson Magalhães, que recebi via IAB.

Devo dizer que não chego a lamentar - como muitos - a demolição, nos anos 70, do Palácio Monroe, pavilhão eclético instalado na Cinelândia no início do século XX.
Mas o texto contém argumentos a serem ouvidos:

"A licença para a construção da torre Cândido Mendes em pleno pátio do Convento do Carmo, na Praça XV, constituiu, no início da década de 1980, um terrível crime contra o Patrimônio Histórico de nossa cidade. Tal fato se seguiu à também traumática demolição do Palácio Monroe. A enorme indignação suscitada por tais fatos levou o IPHAN a criar uma área de proteção da arquitetura remanescente da Praça XV e gerou o clima favorável à aprovação da Lei do Corredor Cultural. Este último transformou-se numa das iniciativas mais bem sucedidas de proteção de nossa história urbana, tendo preservado centenas de sobrados na Praça XV, no Saara e na Lapa. A aprovação desta Lei na Câmara de Vereadores foi um belo momento de sintonia entre o interesse dos habitantes da cidade e a ação dos seus representantes e dirigentes.

No entanto, sem que o distinto público fosse chamado a opinar, a atual legislatura acaba de aprovar um projeto do executivo que, pela primeira vez, altera a Lei do Corredor Cultural. Esta previa para a Rua dos Arcos, na Lapa, uma altura máxima correspondente a seis pavimentos. Mas a alteração aprovada irá permitir a construção de um espigão da Eletrobrás no eixo de visada dos Arcos da Lapa. São diversos os interesses envolvidos. A empresa estatal passa uma mensagem de que se o projeto não fosse aprovado iria deixar a cidade. O instituto de previdência dono dos terrenos quer ver suas possibilidades de lucro maximizadas. As dívidas contraídas pelos gestores culturais ali presentes poderão ser redimidas pelo projeto. E os representantes da nova geração de administradores públicos adeptos da gestão de cunho empresarial se lixam para o dano à imagem da Lapa.

Naquela região, prédios altos só existem na Av. Chile, à direita dos Arcos, de quem os vê do Largo da Lapa. A torre proposta pela Eletrobrás poderá trazer para o meio da visão dos Arcos da Lapa um imenso elemento vertical, de 133 metros, com 44 pavimentos, que interferirá muitíssimo naquela paisagem. É impensável que algum órgão de proteção ao patrimônio tenha aprovado tal coisa. Na ocasião da construção da torre Cândido Mendes e da demolição do Palácio Monroe, o Instituto de Arquitetos – IAB foi muito ativo na luta pela preservação de nossa cidade. Seria muito desejável que novamente ele voltasse a defender esta causa tão ameaçada."