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Posto 12 / Ao voltar ao Posto 12 ontem, encontrei toda uma nova configuração: é incrível como a organização espacial e social mudou completamente em uma semana. A ocupação é visivelmente menos permeável, mais densa e auto-protegida. Encontro novas barracas, novas pessoas e novos cartazes, onde as palavras que registrei e até ajudei a escrever, sábado passado, foram substituídas por outras, já não tão espontâneas (até a cor parece que se foi, junto com as canetas e cartolinas agora substituídas por faixas e bandeiras feitas para durar mais). Do outro lado da rua, a praia cheia ignora solenemente a ocupação: o mesmo mate, o mesmo vôlei, os mesmos biquínis. Os carros que passam também já não buzinam na mesma proporção. E sequer a polícia parece dar maior atenção aos manifestantes, que foram deslocados para uma faixa bem delimitada e protegida por cones e grades, que já não bloqueia o tráfego nem incomoda muito a ninguém. Ainda que o número de barracas e colchonetes tenha aumentado, e seja maior a sombra que dá abrigo aos manifestantes, a ocupação tornou-se melancólica e perdeu seu viço como expressão - ainda que discutível - de ação política. Depois da farsa a que assistimos no Palácio Guanabara, denunciada nas matérias de jornal pregadas a alguns postes vizinhos, desconfio que o risco que a ocupação corre agora é de se tornar mais uma atração na orla da zona sul.
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Oportunidade perdida / "O Brasil perdeu uma oportunidade com a Copa do Mundo", diz o prefeito do Rio, em entrevista publicada hoje no jornal Folha de S. Paulo. E acrescenta: "As ruas não disseram que são contra a Copa ou a Olimpíada. Dizem: somos contra a forma como se fez a Copa."  
 
E as Olimpíadas?
 
Segue a íntegra da entrevista:
"O Brasil e o Rio bateram muito bumbo pela conquista de grandes eventos. No fim do primeiro, a imagem que fica é de manifestações nas ruas, de violência. Isso o preocupa?
Obviamente. Acho que o Brasil perdeu uma oportunidade com a Copa do Mundo. As ruas não disseram que são contra a Copa ou a Olimpíada. Dizem: somos contra a forma como se fez a Copa.
O que fez o Brasil perder essa oportunidade?
Um conjunto de coisas. A Fifa não se preocupa com legado, mas com o estádio.
Não cabe ao governante esta preocupação?
Começa pela Fifa. O governo federal, quando fez o PAC da Mobilidade da Copa, talvez tenha demorado a perceber que era uma oportunidade de novos investimentos que não guardam relação direta com a Copa.
O governo federal errou?
Os governos em seus diversos níveis erraram ao não perceber que esse evento tem muito mais que futebol.
A Copa foi um bom negócio?
Acho que sim. Não exploramos [a oportunidade], mas ainda há tempo. Não estou preocupado porque a imagem é de manifestação. Vamos parar com essa mania do Brasil ficar se mostrando um país perfeitinho. Nós não somos. Mas ninguém aqui está lutando por liberdades, direitos para mulheres, voto. Isso aqui não é primavera árabe. É uma democracia consolidada, que se manifesta. Não tem que achar que o gringo vai olhar e dizer: "Olha, eles fazem manifestação". Nós somos democratas. Anos atrás não se podia fazer manifestação. Aí era para ter vergonha.
As cenas de quebra-quebra na cidade, operação policial com nove mortos no Complexo da Maré não assustam?
Operação com nove mortos na Maré era toda semana.
Mas ocorrer durante a Copa das Confederações...
Não é o melhor dos mundos. O ideal é que a gente vivesse num país com características suíças. Se bem que eu ia achar um saco. É o Brasil.
O sr. acha que se o país buscasse hoje sediar uma Copa, teria que haver plebiscito?
Isso não é tema de plebiscito. Nas pesquisas, havia uma aprovação absurda para a Copa e a Olimpíada. Há uma clara posição de que querem ser mais ouvidos.
O carioca tem motivos para sair às ruas em protesto?
O Rio melhorou, as pessoas reconhecem. O que o país diz é: "Vamos parar de curtir que viramos democracia, que tiramos 40 milhões da pobreza, que temos pleno emprego, e vamos avançar mais?" Em determinado momento, a classe política deitou em berço esplêndido.
Os partidos estão em crise?
As pessoas não rejeitaram os partidos, rejeitam os políticos, os personagens. Essa é uma crise de todos nós.
O seu partido, o PMDB, tem uma imagem negativa...
[Interrompe] Que partido tem imagem boa? Só os que estão por nascer. Único partido com imagem boa é a Rede [de Marina Silva] porque ainda não nasceu.
O PMDB deveria mudar alguma coisa para melhorar?
Deixo com você a resposta.
O sr. fez a primeira licitação de ônibus para a cidade, mas ela acabou mantendo os mesmos empresários. Não parece um jogo de cartas marcadas?
Quando faz um processo licitatório com essas características, quem tem 50 garagens estabelecidas pela cidade, 10 mil ônibus, sai naturalmente com vantagem.
O episódio da briga que o sr. teve com um carioca pode lhe trazer prejuízos políticos?
Me arrependo, como homem público, de ter perdido a cabeça. Tive uma reação que não deveria ser a reação do prefeito. Se fosse um cidadão normal, teria sido natural. Mas não sou esse super-homem. Gosto de sair, ir para a rua, tomar uma cervejinha. Mas não fico satisfeito de jantar com a minha mulher e um sujeito ficar xingando a minha quinta geração. Bêbado. "
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Depois de aguentar 6 dias de acampamento na esquina da sua casa, o governador Sergio Cabral recebeu 5 manifestantes no Palácio Guanabara hoje. Conversou com eles a portas fechadas por quase 2 horas. Só que o grupo que está acampado no Posto 12 desde sexta é outro. Ou seja, ou ele recebeu o grupo errado, ou tem qualquer coisa de errado aí.
 
 
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Maré / São 9 ou 13 os que morreram na operação do BOPE ontem na favela da Maré? Não se sabe ou já não importa?
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Levante / Acordo com a foto de Pedro no jornal, que conheci sábado na ocupação da Delfim Moreira, no Posto 12. Em seguida recebo um telefonema seu, dizendo que deixou o grupo porque ficou assustado com ameaças feitas por um desconhecido ontem. Leio seu relato no facebook e saio me fazendo perguntas no almoço. Encontro o pilotis da PUC lotado, onde ouço Marcelo Burgos definir as manifestações dos últimos dias como um "levante" - palavra que é sinônimo de motim, mas também significa "lugar onde nasce o sol". Me animo. Mas no final da tarde, o relato volta a ser de terror: alunos encurralados por bombas de gás lacrimogêneo na  Lapa, às 9 e meia da noite de uma quinta-feira.  Parece também que taxistas pararam Copacabana hoje e há novos protestos no centro da cidade e até na porta da rede Globo, no Jardim Botânico. E agora chegando em casa, esta notícia: após reunião com Dilma em Brasília, representantes do Movimento Passe Livre declararam que a Presidente está "despreparada".

Tudo isso chacoalha na minha cabeça enquanto penso no que dizer na mesa-redonda sobre manifestações populares e conflitos recentes no Rio que o núcleo carioca da Bienal organiza esta quarta-feira no Curso de Arquitetura da PUC. Com Carlos Vainer (IPPUR/UFRJ), Marcelo Burgos (Sociologia, PUC-Rio), Fabio Lopez (Design, PUC-Rio), Pedro Duarte Andrade (Filosofia, UNIRIO) e eu. No IMA, às 19 horas, aberta a todos.
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Carta Aberta / Do Movimento Passe Livre à Presidenta Dilma Rousseff, hoje:
"O transporte só pode ser público de verdade se for acessível a todas e todos, ou seja, entendido como um direito universal. A injustiça da tarifa fica mais evidente a cada aumento, a cada vez que mais gente deixa de ter dinheiro para pagar a passagem. Questionar os aumentos é questionar a própria lógica da política tarifária, que submete o transporte ao lucro dos empresários, e não às necessidades da população. Pagar pela circulação na cidade significa tratar a mobilidade não como direito, mas como mercadoria. Isso coloca todos os outros direitos em xeque: ir até a escola, até o hospital, até o parque passa a ter um preço que nem todos podem pagar. O transporte fica limitado ao ir e vir do trabalho, fechando as portas da cidade para seus moradores. É para abri-las que defendemos a tarifa zero."
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Posto 12, hoje à noite /  Ocupação do asfalto à beira-mar, a uma quadra da casa do governador Sergio Cabral, numa rua bloqueada pela polícia militar. Desde sexta-feira, pacificamente.
 





 

 Bolha fervente 
foto rio de janeiro manifestacao

"As cidades se reconhecem pelo andar, como as pessoas. Abrindo os olhos, o recém-chegado deduziria o mesmo da vibração do movimento nas ruas, muito antes que de qualquer detalhe típico. Ainda que fosse só imaginação, não importa. A supervalorização da pergunta: onde estou? vem do tempo dos nômades, em que era preciso registrar os locais de pastagem. Seria importante saber por que, ao falarmos de um nariz vermelho, nos contentamos que seja vermelho, sem nos importarmos com o tom especial de vermelho, embora este possa ser descrito com exatidão em micromilímetros, pela frequência das ondas. Mas numa ocasião tão mais complexa como a cidade em que nos encontramos, sempre gostaríamos de saber exatamente que cidade é. Isso nos distrai de pontos mais importantes.

Portanto, não se dê valor maior ao nome da cidade. Como todas as cidades grandes, era feita de irregularidade, mudança, avanço, passo desigual, choque de coisas e acontecimentos, e, no meio disso tudo, pontos de silêncio, sem fundo; era feita de caminhos e descaminhos, de um grande pulsar rítmico e do eterno desencontro e dissonância de todos os ritmos, como uma bolha fervente pousada num recipiente feito da substância duradoura das casas, leis, ordens e tradições históricas."

Robert Musil, O homem sem qualidades, 1930
(obrigada, Bruno)

fonte da foto: http://www.grunz.com.br/fotos-incriveis-do-protesto-em-sao-paulo-em-tempo-real/
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O Movimento Passe Livre convoca para manifestações hoje em várias cidades: Natal, Recife, Campinas, Florianópolis, Pelotas, Volta Redonda, Goiânia, Vitória, Niterói, Campos, Belém...no Rio, a manifestação será às 17 hs, na Candelária. 
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Passe Livre / O Movimento Passe Livre de São Paulo convoca nova manifestação amanhã, segunda (17/6), às 17 hs no Largo do Batata. E o programa Roda Viva (que na semana passada entrevistou o arq Paulo Mendes da Rocha) anuncia para o mesmo dia a presença de dois representantes do movimento: uma estudante e um professor. A pauta é a onda de protestos contra o aumento da tarifa de ônibus e a situação do transporte público no Brasil, que culminou com os violentos confrontos no centro de São Paulo, nos últimos dias. O  programa vai ao ar às 22h, ao vivo, na TV Cultura.
 
O Passe Livre é um movimento social autônomo e apartidário, de abrangência nacional, que nasceu oficialmente em 2005, no V Fórum Social Mundial, depois dos protestos pedindo a redução das tarifas de ônibus que paralisaram Salvador e Florianópolis. A reivindicação básica é uma só:  "transporte público gratuito e de qualidade, sem catracas e sem tarifa". Uma reivindicação pertinente que vai muito além da simples redução do valor das tarifas de ônibus e diz respeito ao direito à mobilidade urbana - ponto nevrálgico da discussão contemporânea sobre a cidade no mundo todo - e à crise do sistema de transportes urbanos que atinge e faz sofrer, sem dó, a maior parte das grandes cidades brasileiras.
 
Face do grupo paulista: https://pt-br.facebook.com/passelivresp
 

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Choque / Acompanho de longe, entre relatos e imagens que vou juntando, os confrontos recentes nas ruas do centro de São Paulo e Istambul. Duas cidades distantes e por motivos diferentes ligadas à minha história pessoal. Em São Paulo, o estopim dos protestos foi o aumento de 20 centavos das tarifas de ônibus; em Istambul, o projeto de construção de um shopping no lugar de um parque. Pode parecer pouco. Mas não é. O que os confrontos mostram é a explosão da insatisfação com o transporte público, num caso, e com a truculência do processo de transformações urbanas de uma cidade que começa a se preparar para as Olimpíadas, de outro.

Reconheço na foto acima o trecho de uma rua que me é tão familiar. Mas a imagem, extraída de um site qualquer, poderia ser de qualquer uma das cidades (ou de tantas outras). De um lado vejo os mesmos homens de preto, tropa de choque, capacete, spray de pimenta, balas de borracha; de outro, pessoas que, pelo menos de relance, sempre se parecem um pouco comigo. Assim, de modo muito duro, a violência urbana distante me assalta e não me deixa dormir. E para quem ainda insiste em definir espaço público como lugar de encontro, meu corpo ferido não deixa esquecer o quanto ele pode também ser um campo de batalha brutal e sangrento.

(fonte da foto: http://noticias.r7.com/sao-paulo/sp-aumento-de-r-020-na-passagem-foi-so-a-gota-dagua-para-protestos-avaliam-especialistas-15062013)
 
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Novo prazo para envio propostas para a Bienal / Em função do interesse suscitado pelo tema da X Bienal de Arquitetura de São Paulo, o prazo de inscrições para a Chamada Aberta de trabalhos foi prorrogado para o dia 21 de junho, sexta próxima. O edital está aqui: http://iabsp.org.br/?agenda=x-bienal-de-arquitetura-de-sao-Paulo
 
Importante lembrar que o único limite para as propostas é que elas tenham alguma relação com o tema da Bienal: "Cidade, Modos de fazer, modos de usar". Fora isso, não há limitações programáticas nem disciplinares. Ou seja, em princípio, vale qualquer tipo de proposta, projeto, trabalho, prática, ação...e não só ligada à esfera arquitetônica e/ou urbanística, mas também artística, política, de design...

Informações atualizadas sobre a Bienal podem ser encontradas no facebook: https://www.facebook.com/xbienaldearquitetura

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Segre e o Ministério / A tristeza pela morte inesperada e brutal do professor e historiador Roberto Segre (FAU-UFRJ), em março último, se aplaca um pouco com a notícia do lançamento amanhã (segunda, dia 10), do seu último e mais aguardado livro: "Ministério da Educação e Saúde, ícone urbano da modernidade brasileira (1935-1945)". O livro é produto do fôlego invejável deste pesquisador cuja trajetória intelectual atravessa a Argentina, Itália, Cuba e Brasil. O evento, que será também uma homenagem a Segre, contará com mesa redonda com as presenças de Abilio Guerra (editor do livro), Sylvia Fisher, Raquel Coutinho, Denise Pinheiro Machado, Sérgio Magalhães, Cêça Guimaraens, José Barki, Pablo Benetti, Margareth Pereira e José Kós. No Palácio Gustavo Capanema, às 17h30.


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A segunda palestra do ciclo "Grandes eventos e transformações urbanas no Rio" será hoje, terça, às 19 hs, no edifício IMA da PUC, com o engenheiro inglês Ed McCann (Expedition Engineering). Ele vai focar sua apresentação no projeto do velódromo e na estratégia de águas para o Parque Olímpico de Londres, experiência fundamental para o plano de recursos hídricos para o Parque Olímpico do Rio que se encontra em desenvolvimento, também sob sua responsabilidade.
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Urbanismo / Uma coisa que aprendi, com os jornalistas com os quais tive o prazer de trabalhar, é que o fato e a notícia são coisas muito distintas. Isso é particularmente evidente no Rio hoje, em que há tanta notícia e tão poucas fontes confiáveis.

Vejam esta notícia, por duas fontes radicalmente opostas (a primeira extraída do portal da prefeitura, e a segunda do blog do ex-prefeito e atual vereador Cesar Maia):

"Novo assessor vai aconselhar prefeito sobre assuntos urbanos

21/05/2013
O presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), o arquiteto e urbanista Washington Farjado, foi designado assessor especial do Prefeito Eduardo Paes para Assuntos Urbanos, por meio do decreto publicado nesta terça-feira (21/05) no Diário Oficial do Município.

Caberá ao novo assessor aconselhar o prefeito em todos os temas relativos à requalificação urbana da cidade e ao desenvolvimento do pensamento estratégico. O assessor deverá analisar e se manifestar, quando necessário ou por solicitação do executivo, sobre qualquer intervenção urbana na cidade.

O decreto incrementa a preservação do acervo patrimonial, cultural e natural da cidade do Rio de Janeiro, declarada ano passado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco)."




Através do Decreto nº. 37183 de 20 de maio de 2013, publicado no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro - 21/05/2013, o prefeito do Rio transferiu competências da secretaria municipal de urbanismo a seu assessor especial. O decreto dispõe sobre a função de Assessor Especial do Prefeito para Assuntos Urbanos. 

O artigo terceiro do decreto não poderia ser mais contundente. Art. 3.º Caberá ao Assessor Especial do Prefeito para Assuntos Urbanos:
 

I - aconselhar o Prefeito em todos os temas envolvendo a requalificação urbana da cidade e o pensamento estratégico nela envolvido, bem como a respeito das intervenções urbanas realizadas em âmbito municipal;
 
II - servir como órgão de interlocução do Prefeito perante a sociedade civil, os meios de comunicação e os demais órgãos da administração municipal, a respeito de qualquer questão que envolva a requalificação urbana da cidade e as intervenções urbanas realizadas em âmbito municipal;
 
III - analisar e se manifestar, quando entender necessário ou a pedido do Prefeito, sobre qualquer intervenção urbana relevante realizada no âmbito do Município do Rio de Janeiro.

Na prática, a secretaria de urbanismo em suas funções precípuas é extinta, sendo transformada em uma secretaria de mero processamento de licenças para construir, de licenças para demolir e de formalização dos habite-se, além das fiscalizações relativas. Assim mesmo em penúltima instância, pois a palavra final, a seu critério e arbítrio -"quando entender" caberá ao assessor especial de assuntos urbanos do prefeito.
 

Ex-Blog Cesar Maia
 


Li e reli os dois textos várias vezes. E por mais que seja difícil dar razão a Cesar Maia,  desta vez parece que ele tem um ponto. É compreensível, e até louvável, que o atual prefeito sinta a necessidade de ter alguém que o auxilie mais de perto neste momento crucial para a cidade, em que há tantos projetos e obras em curso, conduzidas num ritmo cada vez mais acelerado. Também não cabe discutir o mérito da sua escolha. O problema está em transferir a um assessor especial - a quem já cabem, aliás, funções fundamentais (e numerosas) ligadas à preservação do patrimônio cultural e paisagístico da cidade - atribuições que são próprias do Secretário de Urbanismo. É de se supor que o Secretário (ou Secretária, no caso) esteja apto a responder por qualquer intervenção urbana na cidade, e seja a autoridade máxima no assunto dentro da equipe do prefeito. Se sua atuação neste sentido não é satisfatória, que seja substituído nas suas funções, sem prejuízo da autoridade que cabe à Secretaria. Por mais que a intenção do prefeito possa ser boa, a decisão não só limita o raio de ação e esvazia uma das Secretarias mais importantes neste momento, como corre o risco de criar uma disputa interna que pode ser muito mais prejudicial que produtiva para a cidade.


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Mais MAR, agora na leitura de João Masao Kamita, professor da PUC: www.masaokamita.blogspot.com.br