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Jogo empatado / Um pouco antes da Seleção entrar em campo, vi mais um projeto para a Marina. E vou dizer uma coisa: foi bem melhor que o jogo. Enquanto isso, seguia o disse-me-disse sobre o resultado do concurso. Ninguém sabe mais o que é verdade, o que é mentira. Mas alguém precisa dizer ao Eike, com urgência, que ainda torcemos por excelência. No mínimo.
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Marina: Furo ou Barriga? / A última da Marina: não, o vencedor não foi confirmado ainda! A notícia divulgada por Ancelmo Gois no jornal O Globo teria sido o que no jargão jornalístico se chama "barriga": um suposto "furo", que na verdade é uma falsa notícia. E agora? Terá sido então um boato? Um blefe? Quem poderá confirmar ou desmentir?
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Plano Diretor / Circula desde ontem na Internet um abaixo-assinado pela transparência do Plano Diretor do Rio de Janeiro. O texto é o seguinte:

"AO SENHOR VEREADOR ROBERTO MONTEIRO - RELATOR DO PROJETO DE LEI DO PLANO DIRETOR DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.

À SENHORA VEREADORA PRESIDENTE DA COMISSÃO ESPECIAL DO PLANO DIRETOR, VER. ASPÁSIA CAMARGO, E SENHORES VEREADORES QUE A COMPÕEM.

Nós cidadãos vimos solicitar-lhes a deferência de sua atenção à publicidade e à transparência do texto completo, com suas emendas, da proposta de novo Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro.A proposta de novo Plano Diretor, como se sabe, altera profundamente a vida dos cidadãos, e de todos os bairros da Cidade. Altera também o preço da terra urbana, para torná-lo mais caro, e por isso mais difícil o seu acesso por todos, (especialmente pelos mais pobres), além de interferir nas políticas de preservação o meio ambiente, e de proteção de interesses coletivos, e de bens públicos; ou seja, nas políticas que podem não viabilizar a qualidade de vida na Cidade. Por isso é fundamental que todas as mudanças que interferem nestes valores coletivos sejam devidamente explicitadas, e justificadas tecnicamente, para o bem da Cidade, e de seus valores sociais. Acreditamos que só assim o novo Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro poderá atender à sua missão constitucional de ser o instrumento que viabilizará, de fato, a FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE do RIO DE JANEIRO, um pouco mais além da especulação do seu solo.Esperamos que, pela complexidade do assunto, e das emendas que foram propostas, nada seja votado sem que seja ouvida a sociedade carioca sobre o que seria o seu texto final, a fim de se evitar graves consequências para a Cidade e para o processo democrático."

Eu assinei. Para assinar também, basta entrar aqui: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/6387
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Marina, enfim / Não, eu não vi o projeto do Índio da Costa. Mas espero que todos os projetos que concorreram no concurso fechado para a Marina da Glória sejam divulgados em breve. Afinal, ainda trata-se de um espaço público, não?
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Enfim, Marina / Acabou o mistério: foi anunciado que o vencedor do concurso fechado para o projeto da Marina da Gloria é o arquiteto Luiz Eduardo Índio da Costa. Índio fez bons projetos no Rio nos anos 70, como o SESC Madureira, o Inmetro (em Xerém) e a Escola Veiga de Almeida, na Barra (demolida). Mais recentemente, projetou o Rio Cidade Leblon e participou do concurso para a Biblioteca da PUC-Rio, entre outros. Um de seus últimos projetos é a Escola SESC de Ensino Médio, na av. Ayrton Senna, Barra da Tijuca.

Como a Marina está dentro do conjunto do Parque do Flamengo, tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o projeto agora deverá ser submetido à aprovação do órgão.

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Arquitetos do mundo inteiro estão de olho no Rio. Nesta semana, haverá duas palestras consecutivas, ambas promovidas pela Prefeitura: terça, às 10 hs, Santiago Calatrava se apresenta no Palácio Gustavo Capanema (para convidados e inscritos previamente pelo site
http://www.palestracalatrava.com.br/). No dia seguinte, David Fischer estará no Centro de Arquitetura e Urbanismo (Rua São Clemente, 117, Botafogo, às 16 hs).

O primeiro estará aqui para apresentar o aguardado projeto para o Museu do Amanhã, no Pier Mauá (ver O Globo de ontem, e http://oglobo.globo.com/rio/video/2010/18391/).

O segundo, não sei. Mas e se uma de suas torres - baseadas no conceito de "arquitetura dinâmica" - emergisse da Baía de Guanabara?


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Mais Marina / A foto foi feita na manhã de sábado. Ao fundo, vê-se a Marina. À direita, o barco de passeios turísticos "Pink Fleet", que atraca logo ali, junto ao MAM. Mais à direita, o Hotel Glória, que também pertence ao Eike. E eu só posso torcer para que o projeto escolhido por ele seja digno desta paisagem.
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Marina / Acabo de ver um dos projetos para a Marina da Glória. Só a apresentação já revela um investimento altíssimo. Mas não posso dizer mais nada porque é tudo sigiloso, muito sigiloso.

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Divisor no MAM / "Divisor" é uma obra de caráter participativo criada por Lygia Pape (1927-2004), artista que integrou o grupo neoconcreto e cuja ação se estendeu, muito além do campo das artes plásticas, também ao design, ao cinema, à pesquisa e ao ensino (dentro de uma escola de arquitetura, aliás). Uma das questões centrais da sua obra está na exploração de novas possibilidades de apropriação coletiva dos espaços urbanos, para além da cidade formal.

Assim é "Divisor": um imenso lençol branco, perfurado a distâncias regulares, a ser "vestido" coletivamente - e publicamente - pelos participantes. A obra é de 1968, mas a experiência será reproposta neste sábado, no MAM, às 11:30. Para participar, é preciso ter em mãos identidade e CPF. Mais informações por email
(obra.divisor@gmail.com) ou aqui: http://listaamiga.com/performancedivisordelygiapape/592-divisor
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Boa notícia / A Comissão do Plano Diretor rejeitou, em reunião ontem à noite, as propostas de emendas sem identificação apresentadas na semana passada. Isso não significa que elas não possam ser reapresentadas (o prazo vai até sexta). Mas já é uma vitória. O que continua preocupando é que a tão aguardada votação do Plano Diretor, agendada para acontecer a partir do dia 22 (terça-feira próxima), seja contaminada pelo clima dispersivo da Copa do Mundo e pelo processo eleitoral. Alguns vereadores estão sugerindo, inclusive, o adiamento - mais uma vez - da votação.

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Onde vai dar este Rio? / Eu nem queria falar mais disso. Mas, que jeito? Pois não bastassem os oito anos de atraso na aprovação da revisão do Plano Diretor do Rio de Janeiro, e as mais de mil emendas e subemendas já apresentadas, no último dia 7 o Diário Oficial da Câmara Municipal publicou mais 87 propostas de emendas. E desta vez, anônimas. Isso mesmo. Anônimas. Sem nome ou assinatura do autor; sem denominação; sem identificação.



Como o
prazo de apresentação de emendas e subemendas já estava encerrado desde o dia 28 de maio, apenas os membros da Comissão do Plano Diretor poderiam apresentá-las. E elas teriam que ser assinadas pela maioria dos nove membros da Comissão, ou seja, por pelo menos cinco vereadores.

Além disso, as propostas incluem novos parâmetros urbanísticos - mudança de gabarito, taxa de ocupação etc - que, devido ao seu caráter mais pontual, sequer deveriam ser tratados pelo Plano Diretor. Muito embora alguns dispositivos abram a possibilidade de mudanças profundas no espaço urbano carioca, sobretudo na Barra da Tijuca (que corre o risco de sofrer um adensamento violento nos próximos anos, com base no argumento de que o Rio precisa multiplicar seus hotéis para as Olimpíadas).

Diante disso, o que diz o relator do Plano Diretor, vereador Roberto Monteiro? Diz "desconhecer os autores das sugestões mais polêmicas". E a presidente da Comissão Especial do Plano Diretor, vereadora Aspásia Camargo? Garante apenas que "nenhuma de suas propostas modifica parâmetros urbanísticos." Outros simplesmente se recusam a dar entrevistas.
Pressionado, o prefeito age como quem foi pego de surpresa, e declara - wow! - que "a Zona Sul é intocável". (O Globo, 12/07).

É de se supor, claro, que isso tudo seja intriga de jornalista, e que a essa altura tudo já esteja suficientemente esclarecido no site da Câmara Municipal. (http://spl.camara.rj.gov.br/planodiretor/indexplano.php) Mas ali a agenda das audiências públicas não vai além de outubro de 2009. E no link "Fique por dentro da tramitação", a informação mais atualizada é de março de 2010. Mas tem também um link "Notícias da Comissão" e outro chamado "Plano Diretor no Twitter". Só que o primeiro leva a uma página em branco, e o segundo está desativado.

Então vocês me desculpem mas eu vou continuar reagindo, bestamente.




























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Luiz Nunes, arquiteto formado no Rio de Janeiro na década de 1930, é conhecido por ter revolucionado o meio arquitetônico pernambucano entre 1935 e 1937, quando projetou e construiu uma série de obras públicas em Recife e Olinda, introduzindo aí os princípios da arquitetura moderna.

Nunes liderava uma equipe que reunía, ainda, nomes como Joaquim Cardozo e Roberto Burle Marx. Um de seus projetos mais conhecidos - e polêmicos - é a Caixa d'Água de Olinda: um prisma puro e branco que se destaca imediatamente do conjunto arquitetônico em que se insere, marcado pela presença imponente da Sé de Olinda.

Pois estes dias Alfredo Brito fez circular um email com as imagens acima. A da direita foi extraída do livro "Os Três Estabelecimentos Humanos", de Le Corbusier (ed. Perspectiva). A "denúncia" foi do Flavio Ferreira. E agora ninguém sabe dizer quem veio primeiro: se Luiz Nunes ou Le Corbusier.

Bom, o fato é que Le Corbusier esteve aqui entre julho e agosto de 1936. Quanto à data do projeto, permanece incerta: acredita-se que seja do final de 1936, ou começo de 1937. Mas também pode ser que Luiz Nunes já estivesse trabalhando nele alguns meses antes.


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Fragelli e a arquitetura dos subterrâneos / Com a correria das últimas semanas, só agora consegui pegar no livro "Quarenta anos de prancheta", de Marcello Fragelli, lançamento recente da editora Romano Guerra, que o Abilio gentilmente me enviou. Graduado pela Faculdade Nacional de Arquitetura em 1952, Fragelli é um dos maiores arquitetos brasileiros da sua geração. No Rio, além de um punhado de belas residências e alguns edifícios, projetou a pequena jóia que é o Posto de Puericultura, no Alto da Boa Vista, e o complexo industrial da Piraquê, em Madureira, que totaliza 100 mil m2. No entanto, fora de um círculo mais restrito, seu trabalho permanece pouco conhecido na cidade onde nasceu. E isso porque uma série de fatores, em grande parte ligados ao processo de esvaziamento do Rio após a inauguração de Brasília, acabou levando à sua transferência definitiva para São Paulo, em 1961.


Ali, além de ter exercido intensa atividade docente (na FAU-USP e no Mackenzie), Marcello Fragelli integrou-se ao corpo técnico da Promon e desenvolveu projetos de grande impacto urbano, como a Nova Rodoviária (projeto original) e várias estações do Metrô (Liberdade, Jabaquara, Sé, São Bento, Armênia, Conceição e outras).


Era a primeira linha de metrô no Brasil, e o arquiteto se perguntava: "subterrâneo tem arquitetura?". Pois a resposta está neste livro autobiográfico de 448 páginas, que ainda deixa muito da arquitetura e da trajetória de Fragelli a descoberto, mas sem dúvida chega em boa hora: que ele possa sensibilizar os responsáveis pelas novas estações do metrô carioca, e pelas reformas que vem vitimando as mais antigas.


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Salve Torres García (na Caixa Cultural, só até dia 13).
Salve Rebecca Horn (no CCBB).
E eu nem cheguei ao Paço Imperial, onde Matta-Clark me espera, furioso.