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Design !? / A marca das Olimpíadas gerou uma inacreditável polêmica no meio do design. A discussão, desencadeada nos últimos dias na Internet, colocou Frank Barral e Cláudio Portugal de um lado, sustentando a acusação de plágio, e outros, como João de Souza Leite, Gabriel Patrocínio e Agnaldo Farias, do lado oposto.
Em meio a tantos posts e emails (alguns reunidos aqui: http://www.designsimples.com.br/rio-2016-plagio-por-favor/), lembrei da discussão que tive recentemente, num seminário em Brasília, com o arquiteto Marcelo Suzuki, de São Paulo. Suzuki é excelente arquiteto. Além de ter sido colaborador e parceiro de Lina Bo Bardi, tem uma obra própria de grande interesse (veja-se o seu projeto premiado para o Fórum de Cuiabá). Por isso mesmo, fiquei perplexa quando ele acusou Max Bill de plágio, por ter tomado a fita de Möbius como base para conceber a sua "Unidade Tripartida" (ao lado), premiada na I Bienal de São Paulo.
Ora, a fita de Möbius vem sendo amplamente explorada, desde o século XIX, não só na matemática, mas também na arte, na arquitetura e no design. O próprio Max Bill explorou e referiu-se inúmeras vezes a este objeto topológico para defender sua concepção de projeto, baseada numa estreita relação com o pensamento matemático. No mais, a lista dos "plagiadores" seria tão infinita quanto a própria fita: Lygia Clark, M.C. Escher, Peter Eisenman, e até Lacan. Mais a Tátil, claro.
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