Foi lançada ontem a licitação da obra da Arena de Handebol, uma das estruturas temporárias das Olimpíadas de 2016, a ser construída no Parque Olímpico da Barra.
 
A arena terá capacidade para 12 mil espectadores e ocupará uma área de cerca de 35 mil m2. As obras estão previstas para começar no primeiro semestre de 2014 e terminar no segundo semestre de 2015. Depois dos jogos, a estrutura será desmontada e remontada, dando origem a quatro escolas municipais (três na Barra e uma em São Cristóvão), com capacidade para 500 alunos cada. 
 
Neste sentido, o projeto - desenvolvido por um consórcio formado por Lopes Santos & Ferreira Gomes Arquitetos, Oficina de Arquitetos, MBM Serviços de Engenharia e DW Engenharia - se apresenta com um caráter inovador em relação às instalações olímpicas tradicionais, ao introduzir uma concepção baseada na ideia de montagem, desmontagem, deslocamento e remontagem - no caso, a partir dos mesmos elementos básicos, que ao serem remontados, assumem novas relações, definem novos espaços e configurações, acolhendo também novos usos.

Ainda não conheço do projeto mais do que o pouco publicado na imprensa e no site da Empresa Olímpica Municipal (http://www.rio.rj.gov.br/web/eom/exibeconteudo?id=4463719). Mas em princípio desconfio que não se trata propriamente de uma "arquitetura nômade", como tem sido divulgado. Mesmo porque tudo indica que a remontagem se dará uma única vez. Ou seja, ainda que potencialmente admita-se uma itinerância ou deslocamento contínuo - de acordo com a natureza própria do nômade - a estrutura logo se tornará sedentária, contradizendo assim o princípio sobre o qual se apoia. Mas se a definição da proposta pode ser um pouco forçada do ponto de vista conceitual, nada diminui seu potencial interesse como estratégia possível de reutilização criativa e sensível a preocupações ambientais contemporâneas, num passo adiante em relação aos chavões desgastados da sustentabilidade e às respostas que tem sido dadas à demanda de construção de um legado olímpico para a cidade.  Neste sentido, por si só, o projeto merece atenção. Abre-se com ele a possibilidade de introduzir uma diferença em termos da arquitetura que costuma fazer par com os mega eventos esportivos internacionais.
 
 

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