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Blow-up Robin Hood / Talvez tenha sido o nome, antes de tudo, o que me tocou. Robin Hood, o lendário herói fora-da-lei, que roubava dos ricos para dar aos pobres. Usava uma cômica roupa verde, manejava o arco e flecha como ninguém e morava clandestinamente, rodeado de amigos, numa floresta. Numa floresta ou num jardim? Jardins de Robin Hood, que nome para um conjunto habitacional. Este ainda tem uma rua no ar e um monte no coração, onde crianças brincam sem medo. Fica em algum lugar de Londres e foi projetado pelos Smithson, Alison e Peter, nos anos 60, não muito depois do vazio que protagoniza a estranha cena de abertura de Blow-Up.

Blow-Up Robin Hood. Quero dizer que estou mortificada com a sua condenação, e não me conformo porque não terei sequer como visitá-lo a tempo. Bem que tentei juntar minha voz distante a firmas de prestígio como as de Zaha Hadid, Norman Foster e Richard Rogers. Mas amanhã, no lugar do Robin Hood Gardens, haverá uma derrota que nenhum de nós pôde evitar. Só eu o verei ainda daqui, jardim de concreto meio decadente, habitado por um herói meio ultrapassado e um casal meio fora-da-lei de arquitetos. While my eyes go looking for flying saucers in the sky.





(a primeira foto é de Sandra Lousada, e a segunda, daqui: http://www.sublimephotography.co.uk/eastendphotos/isleofdogs/pages/robin.htm)

3 comentários:

  1. joao pegorim22/3/12 18:33

    Oi Ana, pensei q o blog tinha acabado...vc sumiu.....
    que bom que voltou!!!
    Bjão

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  2. Olá, Ana!
    Que bom que vc voltou a postar.
    Fui ler mais sobre o Robin Hood Gardens na Wikipedia. Confesso que, eu particularmente não me senti muito atraída pelos blocos de concretos.

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  3. Nao entendi. Blow-upo tem alguma cena no Robin Hood Gardens?

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