5
Paisagem / Uma série de reportagens publicadas nas últimas semanas pelo jornalista Rogério Daflon n' O Globo abriu uma discussão sem precedentes sobre o papel dos órgãos públicos na preservação da paisagem natural da cidade. A discussão - da qual participei, na primeira matéria publicada no jornal ("Monumentos ao mau gosto", 20 de março) - motivou um editorial do jornal ("O Rio e os monumentos ao mau gosto", 23 de março) e, apesar de alguns desvios e equívocos, causou um desconcerto que se mostrou particularmente oportuno neste momento em que a cidade se candidata ao título de "Patrimônio Mundial da Humanidade" pela Unesco, justamente na categoria "paisagem".


Ontem, o prefeito buscou responder à pressão com a publicação, no Diário Oficial do município, do decreto aqui reproduzido. "Considerando que a paisagem da Cidade do Rio de Janeiro representa o mais valioso bem da Cidade, conforme dispõe o Plano Diretor" (aprovado em dezembro passado), e "a necessidade de valorização dos espaços públicos", o decreto estabelece que a partir de agora, todos os projetos de edifícios e equipamentos públicos devem ser encaminhados à avaliação da Secretaria de Urbanismo, e passam a depender da sua aprovação.


Não há indicação ainda de quem será responsável pela avaliação, nem que critérios poderão vir a embasar tal juízo. Por ora, o Secretário de Urbanismo, Sergio Dias, disse apenas que "poderá pedir a ajuda de especialistas para decidir se autoriza ou não os projetos" (cf O Globo de hoje). São boas intenções. Mas a discussão não é nada simples, e vai exigir bem mais que isso.

Um comentário:

  1. Andréa Redondo7/4/11 08:43

    EsStá explícito que a avaliação será feita pela Secretaria Municipal de Urbanismo.
    Abraços.

    ResponderExcluir