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"Ode a Niemeyer" ? / Meu texto sobre Niemeyer suscitou vários comentários. O melhor - e mais surpreendente - até agora foi o que recebi do arquiteto Vicente del Rio (professor da California Polytechnic State University em San Luis Obispo). Mas ele escreveu para o meu email pessoal. Então não sei se devo postá-lo aqui.

3 comentários:

  1. Tomara que ele autorize.
    Voltei para ler os outros comentários e acompanhar o andamento da conversa, mas deve haver algum problema no blog, porque está marcando como 0 comentários. Volto mas tarde pra ver se consigo ver e ler os comentários ao post.

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  2. Vicente del Rio13/4/10 15:24

    Confesso que essa eh a minha primeira vez como "bloggeiro"... resisti por um bom tempo a essa modernidade, por conta das tantas opções que temos de fazer por falta de tempo... Mas a Ana me pediu que eu colocasse no blog o meu comentario ao artigo dela no Globo. Pois aqui vai, como contribuição ao debate.

    Excelente artigo e, apesar de tambem achar que o Oscar é personagem importantissimo da historia da arquitetura nacional e internacional, não posso deixar de comentar como fiquei surpreso e decepcionado em ver que voce desdenha completamente fundamentos da propria noção de arquitetura e do seu papel na sociedade: inserção urbana e eficiencia energetica. Fiquei impressionado como voce parece ignora essas criticas logo no começo do artigo quando comenta "...mas pouco tem sido dito a respeito de sua arquitetura". Será que esses temas não são inerentes da arquitetura? E o que dizer a respeito da funcionalidade? Do programa? Será que arquitetuta possui uma existencia propria, acima dos simples mortais que a habitam, sem conectividade com o lugar e o clima, ou com a sua propria utilidade de uso, que a aproxima dos objetos artisticos, da escultura?

    Será que a sociedade tem de sofrer com os caprichos individualistas dos arquitetos? Voce cita como injustiça que o projeto do Oscar tenha sofrido oito (segundo sua materia) processos na Italia. Acho que os italianos deveriam ate ter processado mais, porque particularmente acho o projeto de mau gosto, reminiscente do Memorial da America Latina; uma escultura boba com cara de passaro que poderia tanto estar ali quanto em qualquer morro carioca... Esta no direito deles tentar impedir que um projeto grotesco seja construido no meio de uma cidade historica.... eu faria o mesmo.

    Não foi a primeira vez que Niemeyer recebe carta branca para construir em contextos historicos, enquanto outros arquitetos nao conseguiam.... Ele pessoalmente impediu por anos que se construisse no quarteirao do MEC, ate que o contrataram para projetar o predio que ali esta... um primor. Ninguem pode se inserir na Brasilia tomabada, mas Niemeyer pode fazer qualquer besteira que nao conta....

    Que bom que os vizinhos do Disney Hall foram ativos em fazer o Gehry alterar o projeto durante a construção porque, em seu capricho pessoal, esqueceu que os reflexos do sol nas curvas do teto de titanio incomodavam os moradores em volta. Que bom que os moradores de Santa Monica forçaram o Richard Meier a usar material de cor e textura compativel com a paisagem do lugar no Getty Center. Que bom que o prefeito Cesar Maia teve o bom senso de impedir que as escadas da escultura-ponte do Case no Bar 20 fossem construidas durante o Rio Cidade Leblon, pois ela iria infernizar a vida das pessoas que moram naqueles apartamentos a poucos metros daquele capricho arquitetonico. Graças a Deus o Jean Nouvel não vai construir aquele paredão no pier Mauá...... E tantos outros exemplos. Interessante que, na maioria das vezes, essas interações forçadas com o contexto e com a comunidade acabam por gerar projetos ainda mais interessantes.

    Me perdoa, mas acho que o jeito que voce escreveu induz o leitor a um equivoco de interpretação. E passar isso para o publico e os alunos é perigoso. Ou será que é isso mesmo que voce queria dizer?

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  3. Fernanda Pittella17/4/10 21:24

    Mas afinal, Ana, qual foi sua opinião sobre a Cidade Administrativa? Reli seu artigo e continuei com a mesma percepção que teve o prof. del Rio...

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