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O edifício do BNDES é uma das torres mais elegantes do Rio, em que a influência de Mies van der Rohe mais se faz notar. Foi projetado nos anos 70 por uma equipe de arquitetos paranaenses que se distinguiu nacionalmente por sua expressiva participação em concursos públicos naquele momento (Alfred Willer, Ariel Stelle, Joel Ramalho Jr., José Sanchotene, Leonardo Oba, Oscar Mueller e Rubens Sanchotene). Fundamentalmente, o partido arquitetônico consistiu em concentrar os escritórios num prisma quadrangular que se ergue, quase levitando, sobre um tronco de pirâmide coberto por jardim de Burle Marx. Desse modo, o edifício garante presença na paisagem urbana do entorno do Largo da Carioca - com o qual se comunica paisagisticamente - mas também destaca-se, respeitosamente, do Convento de Santo Antonio, seu vizinho. Pois agora alguém teve a idéia de dispor da fachada da torre como suporte para uma propaganda do próprio banco. Guardadas as proporções, é como se a torre do Seagram Building, na Park Avenue, amanhecesse tomada por uma propaganda de whisky.

Um comentário:

  1. Não compreendo muito este tipo de prédio no espaço tropical brasileiro. Em N.Y tudo bem, faz frio... mas aqui, vira estufa... Elegante... Sim, o International Style é elegante. Mies, muito elegante!
    O embasamento me parece um exagero - esforço estrutural pouco notado, nem as fotos postadas salientam o virtuosismo dos engenheiros...
    As imagens destacam a harmonia entre o volume negro e o convento... Um volume negro, abstrato, isento de qualquer simbolismo, cai bem ao lado de muita coisa... Me faz até lembrar o monólito do filme do Kubrick: 2001, uma Odisséia no Espaço. A racionalidade dos modernistas pousando em terras selvagens... E daí veio a luz!

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