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Porto Olímpico / O resultado do concurso do Porto Olímpico, divulgado recentemente, desencadeou uma grande polêmica. Por um lado, questiona-se o suposto favorecimento da equipe vencedora, pelo fato de seu coordenador ser membro do Conselho Deliberativo do IAB, sócio de um membro do Conselho Superior da mesma instituição, coordenador do concurso do Parque Olímpico, também promovido pelo IAB-RJ, e filho do proprietário de uma construtora envolvida em obras públicas na área portuária. Por outro lado, o IAB se defende argumentando que o edital do concurso jamais impediu a participação de membros de seus Conselhos Deliberativo ou Consultivo, e alega que o processo de seleção seguiu as normas de anonimato determinadas e apresentadas pelo IAB, e tampouco questionadas anteriormente pelos concorrentes. Além disso, afirma que a área de desenvolvimento do Parque Olímpico é outra, e que as obras relacionadas ao concurso não estão abrangidas nas intervenções a serem implementadas pelo consórcio integrado pela construtora mencionada.


A discussão é boa, na medida em que levanta questões não só legais, mas também éticas, e abre um debate sem precedentes sobre a prática profissional da arquitetura no Brasil, num momento delicado, de grande aceleração de oportunidades e globalização de investimentos.


Os dois recursos apresentados por concorrentes do concurso, e já respondidos pela Comissão julgadora, estão aqui: http://www.iabrj.org.br/concurso-porto-olimpico-recursos-e-julgamento-dos-recursos. E todos os projetos concorrentes seguem expostos na sede do IAB, na Rua do Pinheiro, 10.

Um comentário:

  1. Ana Luiza,

    eu acho lamentável o que ocorreu. Há diferenças entre o que é legal e o que é ético. Quando a empresa de um ministro ou deputado ganha uma licitação ou assina um contrato milionário de consultoria, todos nós gritamos imediatamente, ainda que os procedimentos tenham sido todos legais. Mas se levanta, inevitavelmente, uma aura de suspeição que fere, diante do corpo de colegas e da própria opinião pública, a legitimidade do IAB e do concurso, sem falar das políticas públicas deste governo, já bastante desacreditado.
    Como dizia um antigo ditado romano, não basta à mulher de César ser honesta, ela deve também parecer honesta. E o resultado deste concurso não pareceu.
    Abs

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