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Segurança pública / Pensava vagamente no avião desaparecido – “a máquina contra o homem”, diz a manchete do Jornal do Brasil – quando me deparei com a mala – preta, inerte e sem identificação, esquecida sobre a calçada. Algo nela me fascinou: havia qualquer coisa escapando do seu interior, o que tornava seu abandono ainda mais comovente. Se estivéssemos, ela e eu, em Londres ou Paris, certamente ela me ameaçaria. Aqui, não. Apenas segui em frente, como todos os outros. No dia seguinte ela continuava lá, e eu tive a sensação passageira de viver numa cidade segura.
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