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As construções de Brasília / A exposição abre nesta quinta no Instituto Moreira Salles, na Gávea. A foto do convite é de Peter Scheier.

A mostra segue até final de julho, e o seminário que a complementa acontece entre 24 e 28 de maio.
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Lendo "Braxília revisitada", de Nicolas Behr:

"ontem desabaram sobre mim
duas superquadras inteiras"
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BSB / Meus olhos estão grudados na TV. As imagens da construção de Brasília estão por todo o lado, e me alucinam. Logo mais, às 17:30, o Canal Futura reprisa um programa que inclui um depoimento meu, gravado esta semana. Não sei o quanto gosto de Brasília, mas gosto de pensar Brasília.






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Brasília, 50 / Acordei cedo e com vontade de celebrar. Então aí está Brasília, em duas imagens distantes quatro décadas entre si. O homem em ação é Jean-Paul Belmondo, num filme feito no ano em que nasci (L'homme de Rio, Philippe de Broca).

Eixo monumental

Tenho os olhos fartos
e tudo me falta
menos luz
e mais eu


[Bsb, out 09]
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Sobre a Marina, apenas rumores / Um comentário anônimo recebido aqui merece ser destacado: segundo ele, além dos nomes já citados, participam do concurso de projetos para a Marina da Glória os escritórios de Norman Foster (com RAF Arquitetura), Paulo Casé, Elizabeth de Portzamparc, Architectonica, Jean-Michel Wilmotte, Henrique Mindlin Associados e Afonso Kuernerz. E "há rumores de que Renzo Piano estaria participando". Se é verdade eu não sei, mas o pior é saber que não tenho como saber.
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Mais Marina / Como tudo que tem acontecido por aqui, as informações vão chegando aos poucos: agora fiquei sabendo que o concurso fechado para o projeto de reforma da Marina da Glória, organizado pelo empresário Eike Batista, envolve também os escritórios DDG, Índio da Costa e De Fournier, do Rio, e Rafael Viñoly, de NY (mais Pedro Paulo de Mello Saraiva e Edo Rocha, de São Paulo, e Julien de Smedt, de Copenhagen, já anunciados aqui).
A primeira fase do processo de seleção - da qual devem sair 5 finalistas - está em curso nestes dias, mas nem os concorrentes sabem quem está participando, quais os critérios do julgamento e qual o júri. E eu temo que o Eike Batista tenha tudo, menos uma assessoria em arquitetura.
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Direto da Fábrica / O Jornal do Brasil publica em sua edição deste domingo (18 de abril) um texto meu ("Direto da Fábrica", caderno Internacional, p.32), sobre a relação entre arquitetura e indústria no Brasil dos anos 50. O texto foi publicado originalmente na revista Ciência Hoje, edição de abril, e republicado no jornal, em versão resumida, com a minha autorização. Costuma ser tão difícil publicar um texto sobre arquitetura num jornal de grande circulação que evidentemente a publicação me animou. Mas em nenhum momento as fotos e legendas passaram por mim, e agora, ao comprar o jornal, fui surpreendida com a inclusão de uma obra que jamais foi citada no texto e sequer tem qualquer relação com o período em análise (a Biblioteca Nacional de Brasília, projetada por Niemeyer). E o pior: a obra é mencionada - totalmente à minha revelia - como "um bom exemplo" de racionalidade. Fica aqui então o meu esclarecimento, junto com um protesto à maneira como o texto foi tratado no jornal.

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Brasília, 50 / Falando em Niemeyer, quarta-feira próxima comemora-se o cinquentenário de Brasília. No Rio, a data será celebrada com uma grande exposição no Instituto Moreira Salles, a partir do dia 29. A mostra inclui fotografias da inauguração e dos primeiros anos de Brasília por Marcel Gautherot, Thomaz Farkas, Peter Scheier e outros, além de publicações, cartazes e obras de arte relacionadas à cidade.

Na ocasião, serão também lançados dois livros: o catálogo da exposição (com textos de Lorenzo Mammì, Heloisa Espada, Anat Falbel e Sergio Burgi) e um livro sobre as fotos de Marcel Gautherot, com texto de Kenneth Frampton.

Em paralelo à exposição, também no IMS, será realizado, entre 25 e 29 de maio, o seminário "Brasília: Imagem, Imaginário" (cuja organização coube a mim) . Entre os participantes estarão Paulo Mendes da Rocha, Ronaldo Brito, Adrian Gorelik, Lorenzo Mammi, Eucanaã Ferraz, Nicolas Behr e João Masao Kamita. Um ciclo de cinema completará a programação, com filmes de Joaquim Pedro de Andrade, Vladimir Carvalho e Eugene Feldman.

Em São Paulo, o Museu da Casa Brasileira abre, no dia 20 de abril, uma exposição sobre os sete projetos finalistas do concurso vencido por Lucio Costa ("Outros Planos: Brasílias"), e organiza dois debates (em 27 de abril e 11 de maio) com depoimentos de alguns dos arquitetos que participaram do concurso.

E no dia 13 de maio, data em que a Casa de Lucio Costa completa 10 anos, inaugura-se no Museu da República, em Brasília, a exposição "Lucio Costa-arquiteto", organizada por sua filha Maria Elisa (http://luciocostaarquiteto.blogspot.com/)

No mais, o próximo mês ainda promete o lançamento de publicações bastante oportunas, como o estudo do arquiteto Milton Braga (prof. da FAU-USP e sócio do escritório paulistano MMBB) sobre os projetos participantes do concurso de Brasília (ed. Cosac Naify), e uma coletânea de entrevistas com Lucio Costa (que também tive o prazer de organizar, para a editora Azougue).


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Pena, o Segre - professor da FAU-UFRJ - não autorizou a publicação do comentário que enviou para o meu email pessoal. Disse que já está "bastante queimado com Niemeyer" e não tem interesse em entrar no debate.
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Sempre Niemeyer / Tive um problema qualquer aqui no gerenciamento do blog e só agora vi os últimos comentários postados! Pois agora eles estão aí. Em breve, também o do Roberto Segre (se ele me autorizar, claro).
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Niemeyer e a Mediocridade / Não foi só o Vicente Del Rio que ficou indignado com o meu texto, que ele leu como uma "ode ao Niemeyer". Eis o comentário que acabo de receber do arquiteto Paulo Afonso Rheingatz, professor da FAU-UFRJ, que me autorizou a publicá-lo aqui:

"Sempre procuro acompanhar com interesse suas matérias e seu blog. Gosto do seu texto e de sua lucidez. Mas isto não se confirmou no artigo “Niemeyer e a modernidade sem crise”, publicado em O Globo de sábado. Ele se junta a outros artigos de elogios ou de desvios da crítica à obra de ON especialmente nas últimas 4 décadas, quando produziu um apreciável conjunto de aberrações arquitetônicas em nome da liberdade do gesto criador. A começar pelo MAC que, além de desproporcional, pode ser qualquer coisa mas não um museu. A menção sobre as críticas ao custo “e até da sua eficiência energética” sugere que você não considera esses aspectos importantes em obras públicas no Brasil. Ao mencionar que a obra é “indissociável da política carismática de Aécio Neves e de sua ambição política” ficaa dúvida se isto é, na sua opinião, um problema. Além de persisir um problema histórico na obra de ON: como se justifica um arquiteto assumidamente comunista aproveitar-se dos devaneios faraônicos com o dinheiro público praticado pelos governantes para plantar seus delírios formais pelos quatro cantos do mundo.Com relação ao “foco de atenção”, ele é o mesmo que se repete em toda sua obra: gratuidade da forma e exercício do ego. Mesmo nos trópicos, sua obra em concreto despreza o conforto e o bem estar dos cidadãos,ao plantar formas de concreto no vazio, sem a concorrência da vegetação, que impede que sua obra predomine sobre tudo o mais.Talvez a única coisa que mereça menção seja o alardeado vão livre de146 metros, embora fique a me perguntar qual seria a sua relevância,além de afirmar seu desprezo completo pelo custo de suas obras. Aqui,talvez, possamos concordar: ele representa “uma carga de juventude”,especialmente por sua irresponsabilidade.O reconhecimento à visibilidade ímpar de ON, responde sua menção à escassez de cultura arquitetônica. Com raras exceções, nossos arquitetos optaram pela condição de eternos discípulos ... seja de ON(poucos), seja de Lucio Costa, seja de Artigas. Nós arquitetos brasileiros somos discípulos de uma vanguarda obsoleta.Neste sentido, provavelmente, nosso azar foi termos mestres tão longevos ... bom para eles, ruim para a arquitetura brasileira.Seu parágrafo final é espantosamente assustador. Porque devemos tratar com cuidado uma obra sem qualquer qualidade, desprovida de qualquerrelação com o contexto, com os usuários e cidadãos que vão ser forçados a utilizá-lo e a bancar seus custos de manutenção tambémfaraônicos? Se os projetos recentes de ON são a prova cabal de que ele é “o último grande Mestre da arquitetura” ou o “grande imortal da arquitetura” você não deveria se espantar da “escassez de cultura arquitetônica no Brasil hoje”.Mas o mais espantoso de tudo é que, apear de cego, e sem poder ficar de pé, as pessoas ainda acreditem que é ele quem projeta estes absurdos que proliferam pelo Brasil enquanto a nossa população desaba morro abaixo.Ana, como é possível falar em boa arquitetura hoje, sem considerar osaspectos ambientais, o clima, a proteção contra a radiação direta do sol, as demandas e desejos dos cidadãos e dos usuários, os custos operacionais?No Brasil, a crise não é apenas da Modernidade, embora ela tenha contribuído em muito para a descaracterização da cidade e da vidatradicional, em que pese alguns poucos exemplos bem sucedidos, como a ABI, o Palácio Gustavo Capanema, o Santos Dumont, o MAM, o Banco Boavista, entre outros apenas para ficar aqui pelo Rio de Janeiro.Cada vez mais acredito que a salvação da arquitetura brasileira está no abandono da pretensão à genialidade e na construção de uma mediocridade mais responsiva e humilde, mais brasileira. Mas isto é pano para uma outra discussão, ou até mesmo para um futuro livro.

Saudações, Paulo Afonso Rheingantz"
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"Ode a Niemeyer" ? / Meu texto sobre Niemeyer suscitou vários comentários. O melhor - e mais surpreendente - até agora foi o que recebi do arquiteto Vicente del Rio (professor da California Polytechnic State University em San Luis Obispo). Mas ele escreveu para o meu email pessoal. Então não sei se devo postá-lo aqui.
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Modernidade sem crise / Há cerca de duas semanas recebi um convite do editor do caderno de literatura do jornal O Globo para escrever um artigo sobre a última obra inaugurada de Niemeyer (o Centro Administrativo Tancredo Neves, em Belo Horizonte). Reproduzo aqui o texto, conforme publicado no jornal de hoje (há também um link direto para o caderno Prosa & Verso, mas nesse caso é preciso ir à página 2: http://www1.oglobodigital.com.br/flip/?idEdicao=d17ea6ffc70e32be25f3368d8f201b08&idCaderno=1bfdbc1c4b3ea94312fe2d6c3109bd39&page2go=1&idMateria=4&origem )

"Niemeyer e a modernidade sem crise

Nenhum arquiteto viveu tanto. Mas quem diria que um arquiteto moderno, aos 102 anos, ainda fosse provocar polêmica com dois projetos inaugurados quase simultaneamente: o Auditório de Ravello, na Itália, e a Cidade Administrativa Tancredo Neves, em Belo Horizonte? O primeiro enfrentou oito ações judiciais ao inserir um descomunal olho de concreto numa cidade de pouco mais de 2 mil habitantes, onde “a última grande construção datava do século XI”, como frisou o sociólogo Domenico di Masi, maior entusiasta da obra. O segundo tem sido interpelado em função do custo, de suas motivações políticas e até da sua eficiência energética. Mas pouco tem sido dito a respeito da sua arquitetura.


A Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves localiza-se à beira da Linha Verde, na região norte de Belo Horizonte. A construção do complexo de 265 mil metros quadrados visou unificar a administração estadual e ao mesmo tempo induzir a expansão da cidade em direção ao norte. Mas o empreendimento tem também fortes motivações políticas. É uma obra indissociável da política carismática de Aécio Neves e de sua ambição política. Não deve surpreender a ninguém, então, que o neto de Tancredo Neves tenha buscado Oscar Niemeyer, o arquiteto que definiu simultaneamente a imagem de modernidade de Belo Horizonte e de Juscelino Kubitschek com a Pampulha e outras obras que marcam a paisagem urbana da capital mineira. E ainda tenha feito questão de inaugurar a obra no dia em que se completaram cem anos do nascimento do ex-presidente Tancredo.

Conjunto é um resumo da obra do arquiteto
O conjunto é composto de cinco edificações autônomas e pouco articuladas, do ponto de vista urbanístico, entre si e com o entorno. O que tampouco chega a ser motivo de surpresa, em se tratando de Niemeyer: mais uma vez, apostase na criação de um foco de atenção, antes que numa conexão mais estreita com o contexto. No caso, o edifício de maior apelo imagético abriga o gabinete do Governador e os demais destinam-se às secretarias, auditório e centro de convivência.

O Palácio do Governo filia-se a projetos anteriores de Niemeyer, em particular às sedes italianas da Mondadori e do grupo Fata, que por sua vez seguem, com alterações e ajustes, a solução da caixa de vidro envolvida por uma sequência de arcos, iniciada em Brasília. Já as secretarias se acomodam em dois edifícios em curva, com 15 pavimentos cada. De certo modo encontra-se aí, portanto, uma espécie de resumo da obra do arquiteto. Dois de seus traços fundamentais, pelo menos, estão presentes: a forma livre e o virtuosismo estrutural.

A liberdade concedida à forma se manifesta nas curvas dos dois edifícios administrativos que se rebatem um sobre o outro. Já a exploração extremada da técnica moderna se mostra no Palácio do Governo, que, com seus 146 metros de vão livre (o dobro do vão do Museu de Arte de São Paulo), é alardeado como o maior vão suspenso do mundo. Contando, como sempre, com a solidariedade de um grande engenheiro (José Carlos Sussekind), Niemeyer realizou aí uma estrutura que só pode ser medida pela sua ousadia: 30 cabos de aço mantém em suspenso uma caixa de vidro de 4 pavimentos.

A solução não é uma novidade em si – embora distinta, a estrutura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, por exemplo, também foi resolvida, na década de 1950, com uma sofisticada solução atirantada que liberou o solo e os espaços expositivos. Mas nem por isso a última realização de Niemeyer deixa de impressionar por seu vigor. Há, afinal, uma carga de juventude nesse projeto que contribui para a sua visibilidade, embora também denuncie um dos problemas cruciais para a produção projetual contemporânea no Brasil: de um modo geral, a arquitetura brasileira não viveu a crise do moderno.

Na década de 1950, enquanto o pensamento arquitetônico e urbanístico mundial confrontava-se com a crise da modernidade, o Brasil construía Brasília. E no momento seguinte, quando a arquitetura começou a ser interrogada à luz da crítica pós-modernista, o Brasil vivia uma ditadura militar que bloqueava qualquer pensamento crítico. Esse quadro começaria a mudar com a abertura política, mas então o pós-modernismo acabaria se tornando uma espécie de chave mestra para a saída de um grande impasse: de um lado, a reverência à obra de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, de outro, a contestação própria de uma geração de arquitetos formados no período mais negro da ditadura militar (num processo protagonizado justamente por alguns arquitetos mineiros).

Criticar Niemeyer ainda é uma tarefa difícil
Pode-se então culpar Niemeyer por certo imobilismo da arquitetura no Brasil? Não. Se a arquitetura brasileira permaneceu alheia à crise do moderno, foi porque ficou entre uma prática capitalista predatória e uma reflexão teórica pobre na qual se expressou, desta vez pela via da esquerda, uma tônica populistae autoritária continuamente reeditada no Brasil.

Será um erro contratar Niemeyer hoje? Também não. Nenhum arquiteto brasileiro tem visibilidade sequer comparável à sua (basta lembrar a inauguração recente do hospital Sarah Kubitschek, no Rio, anunciada pela imprensa local sem qualquer menção à arquitetura e/ou ao responsável pelo projeto, arquiteto João Filgueiras Lima, dito Lelé). E compreendese facilmente porque os maiores arquitetos do mundo todo, quando vêm ao Rio, não só querem conhecer Niemeyer pessoalmente como mostram uma excitação quase infantil ao deixar seu escritório com um autógrafo, uma foto e se possível um croqui (cena que se repetiu, só nos últimos anos, com Zaha Hadid, Frank Gehry, Steven Holl, Christian de Portzamparc e Frei Otto). No fundo, então, o que impressiona mesmo é a escassez de cultura arquitetônica no Brasil hoje. E isso, não obstante as qualidades intrínsecas a certa produção contemporânea, dentro da qual podem ser incluídos tanto Lelé quanto Angelo Bucci.

Pelo jeito, não bastou a exemplaridade da produção das décadas de 1940 e 1950, que se irradiou a partir do Rio de Janeiro mas não tardou a brotar em Minas Gerais (além de Belo Horizonte, também em Cataguases, Diamantina, Ouro Preto). Tampouco foi suficiente a admirável longevidade dos grandes mestres da arquitetura moderna no Brasil (Lucio Costa, por exemplo, morreu perfeitamente lúcido aos 96 anos).

Na verdade, diferentemente da França, por exemplo, onde a arquitetura foi forçada a reorientar-se após a morte de Le Corbusier, no Brasil a presença atuante dos grandes mestres modernos em pleno final do século XX acabou se tornando, para muitos, uma ameaça a qualquer tentativa de emancipação. E ao contrário do que pode sugerir a quantidade de publicações e eventos suscitados pela comemoração recente do centenário de Niemeyer, ainda há uma grande dificuldade de abordar criticamente a sua obra.

Gramática niemeyeriana como marca comercializável
Chegamos a um ponto, no entanto, em que é difícil não se perguntar se alguns projetos que tem sido divulgados como sendo de Niemeyer são de fato seus. O próprio complexo mineiro já foi acusado de ter saído das suas gavetas. Não que, por princípio, isso seja condenável em arquitetura (considere-se, por exemplo, as semelhanças entre o Edifício Bacardi e a Galeria Nacional de Berlim, de Mies van der Rohe). Mas é difícil acreditar que, aos 102 anos, Niemeyer ainda esteja em condições de confiar a gênese da forma ao gestual pelo qual sua arquitetura se definiu, em seus melhores momentos.

Não raro, os traços que temos visto mostram características substancialmente distintas de seu procedimento projetual. E ainda que as maquetes possam ajudar, é difícil acreditar que a esta altura ele esteja disposto a rever sua concepção de arquitetura como criação individual, definida por meio de um risco fluente e decidido. O que em todo caso faz pensar na simplicidade da gramática niemeyeriana e sua exploração – já no limite da saturação – como uma marca facilmente identificável e comercializável.

Todo cuidado é pouco, portanto, para tratar da Cidade Administrativa de Belo Horizonte. O projeto é a prova mais cabal de que Niemeyer não é só o último grande Mestre da arquitetura. Nem só o grande imortal da arquitetura brasileira. Niemeyer é a juventude espantosa, e às vezes assustadora, do Brasil."



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O Rio e suas águas: para onde estamos nos levando?

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Junto à grade do Jardim Botânico contei esta manhã pelo menos 8 pés solitários de sapatos. E senti um frio na espinha, ao pensar em tantos pares que se perderam para sempre na chuva.
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32 /
Esse é (até agora) o número oficial de mortos pelas chuvas que castigam o Rio desde ontem.
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Cessibilidade / Fui comprar uma calça jeans ontem e me lembrei do conselho da Camila: tem que ser justa, porque com o uso ela cede. Então fiquei pensando no que seria uma arquitetura assim: justa, mas pronta a ceder ao tempo e ao uso.

Posto 4 / 10

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Bienal Iberoamericana / Um projeto no Rio, 5 em São Paulo, 2 em Minas Gerais e 2 no Rio Grande do Sul: eis o resultado da seleção brasileira para a VII Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Design (BIAU), que acontece em Medellín, na Colômbia, em outubro próximo.

A Comissão de seleção foi composta por Abilio Guerra (delegado brasileiro da BIAU) e mais 8 membros regionais: Ana Luiza Nobre, Andrey Rosenthal Schlee, Carlos Eduardo Dias Comas, Fabio Duarte, Luciana Guimarães Teixeira, Maria Isabel Villac, Sonia Marques e Vanessa Borges Brasileiro. No processo de seleção, cada membro da Comissão avaliou individualmente o conjunto das obras e conferiu notas de 1 a 10 a cada um dos 90 projetos indicados pelos membros regionais.

Desse processo resultou a seleção das 10 obras que representarão o Brasil na Bienal:

Biblioteca São Paulo, Aflalo & Gasperini Arquitetos, São Paulo SP, 2009
Box House, Yuri Vital, São Paulo SP, 2008
Casa em Ubatuba, Ângelo Bucci, Ubatuba SP, 2009
Centro Educativo Burle Marx em Inhotim, Alexandre Brasil, Paula Zasnicoff Cardoso, Brumadinho MG, 2009
Edifício Aimberê, Andrade Morettin Arquitetos Associados, São Paulo SP, 2009
Hospital Sarah-Rio, João Filgueiras Lima, Rio de Janeiro RJ, 2009
Memorial da Imigração Japonesa, Gustavo de Araújo Penna, Mariza Machado Coelho, Paulo Pederneiras, Belo Horizonte MG, 2009
Museu do Pão, Brasil Arquitetura, Ilópolis RS, 2007
Praça Victor Civita, Adriana Blay Levisky e Anna Julia Dietzsc, São Paulo SP, 2008
Sede da Fundação Iberê Camargo, Álvaro Siza Vieira, Porto Alegre RS, 2008

Em tempo: as obras estão listadas em ordem alfabética, e a inclusão de projeto de autoria de arquiteto estrangeiro está prevista nas normas da Bienal.